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Apesar da “renúncia”, Joaquim Itapary não perde imortalidade na Casa de Antônio Lobo | Maranhão Hoje – MARANHÃO Hoje- Notícias, Esportes, Jogos ao vivo e mais


Estatuto da Academia não prevê desistência da cadeira

AQUILES EMIR

Apesar do pedido de renúncia apresentado mês passado, o acadêmico Joaquim Itapary não perderá sua imortalidade e continuará membro da Academia Maranhense de Letras, a Casa de Antônio Lobo, até sua morte. Segundo o presidente da instituição, desembargador Lourival Serejo, é vedada, pelo estatuto, a desistência de continuar fazendo parte do quadro de acadêmicos.

Ocupante da cadeira de número 04, que tem como patrono Cândido Mendes, Joaquim Itapary foi eleito em junho de 1987 para preencher a vaga aberta com a morte de Luiz Moraes Rego, ou seja, é membro da academia há 36 anos.

No dia 19 de abril, numa mensagem enviada por Whatsapp, o acadêmico comunicou ao presidente Lourival Serejo sua decisão de não querer mais integrar os quadros da AML. Seu descontentamento, porém, não tem nada a ver com a instituição, pois trata-se apenas de uma reação a uma suposta interferência do também acadêmico Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, para que seu filho Maurício Itapary fosse destituído do cargo de superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Itapary nunca foi a favor da entrada de Flávio Dino, que é ex-governador do estado, na AML, e também não esconde sua antipatia pelo político, portanto associou a exoneração de Maurício a este distanciamento com o também imortal.

Ainda que houvesse a possibilidade de aprofundar o debate sobre essa decisão, Serejo vinha sendo aconselhado a não alimentar a discussão, seja por falta de previsão estatutária ou pela informalidade do comunicado, via redes sociais.

Renúncias – Esta é a terceira tentativa de renúncia na Casa de Antônio Lobo. No final da década de 1970, o poeta e escritor Nascimento de Moraes Filho “renunciou” por discordar da eleição do ex-governador Pedro Neiva de Santana para ocupar a cadeira 39. Moraes não via credenciais para a eleição, já que o candidato, que, além de político era médico, nunca havia militado no campo intelectual.

Mesmo sem frequentar a Casa, Nascimento permaneceu na cadeira 37 até 2009, quando faleceu.

Mais recentemente, o acadêmico Sebastião Moreira Duarte, por discordência com membros da academia, também “renunciou”, mas reviu a posição e voltou ao convício dos imortais.

(Com imagem do Imirante)