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Mais e mais negócios estão sendo atraídos para o estado

Já não há mais como duvidar que o Maranhão, enfim, vai entrar em uma rota de crescimento acelerado. Não é mais promessa de político, basta olhar a fila de caminhões para embarcar ou desembarcar produtos no porto. Ou então, dar uma passada na Avenida Litorânea e contemplar a quantidade de navios esperando sua vez de atracar. Se tudo isso não for suficiente, procure quartos disponíveis em hotéis e veja se vai encontrar um com facilidade.

O mercado está em ebulição, mais e mais negócios estão sendo atraídos para o estado. As empresas já instaladas estão planejando expandir e explorar novas praças.

Não é, portanto, difícil de entender as preocupações do governo para melhorar a infraestrutura e poder aproveitar as oportunidades. Há poucos dias foi anunciada a construção de mais três berços no Porto do Itaqui, representando investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhões. Já não era sem tempo, porque na solenidade de lançamento as autoridades informaram que os navios esperam, em média, cerca de duas semanas até conseguir atracar e mais dez dias para carregar ou descarregar, ao custo unitário médio diário de Us$ 25 mil dólares. É muito dinheiro em jogo, muto tempo perdido e, consequentemente, muitos negócios que atrasam por conta da capacidade portuária.

Inúmeros são os gargalos a serem vencidos em um Maranhão que se mostra vocacionado para o comércio exterior. A capacidade de armazenamento já não dá conta das milhares de toneladas de grãos que são despachadas para o resto do mundo. Soja e outras commodities agrícolas esperam os navios atracarem dentro dos caminhões, já que a logística para acesso dos veículos também deixa a desejar. Há que se pensar em mais armazéns e mais estrutura para abrigar, abastecer e dar manutenção nos caminhões, hospedar as pessoas envolvidas e, dessa forma, minimizar o impacto da ineficiência do modal.

Todo o sistema de escoamento dos produtos do agronegócio ainda enfrenta outros desafios, que são as estradas malconservadas, quase todas em vias de mão dupla, colocando em risco não só os caminhoneiros, mas também as famílias que viajam lado a lado com enormes carretas, muitas vezes arriscando ultrapassagens perigosas. O modelo de logística, tal como está, acarreta enormes custos para as atividades econômicas e, na medida em que a produção, cresce, ruma para o estrangulamento da malha viária.

Todos esses desafios oferecem, por outro lado, enormes oportunidades de negócios. Diz um brocado econômico que “onde há demanda há oferta”, o que leva a crer que logo surgirão empreendedores que se juntarão àqueles que já estão no mercado, oferecendo produtos e serviços para amenizar os problemas. Já é possível ver verdadeiros shoppings centers para caminhões, dotados de hotelaria, restaurante, posto de abastecimento, lazer, serviços diversos e enormes pátios para estacionar os veículos. Tudo isso com segurança e qualidade. Há espaço para muitos outros. Há espaço também para armazéns, silos e outras formas de estocagem de produtos que são destinados ao mercado externo.

É interessante deixar destacado que esses problemas não são específicos do sistema portuário maranhense. Em todos os quadrantes do mundo existem gargalos logísticos e esse é um dos maiores desafios para azeitar o abastecimento mundial. O Porto de Santos, por exemplo, o maior do Brasil, tem registrado casos de navios que esperam até seis meses para atracar. Multiplique-se esse tempo pelo custo diário de Us$ 25 mil dólares e fica fácil entender o impacto da ineficiência logística no custo dos produtos.

Em se tratando de alimentos, tanto atraso pode significar piora nos indicadores de fome e pobreza mundial, uma das maiores preocupações da ONU destacada na Agenda 2030 que pontou os objetivos do desenvolvimento sustentável. É hora de priorizar esse assunto, carrear recursos para melhorar a logística e ampliar o superávit que o agronegócio tem proporcionado ao comércio exterior no Brasil.

 

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