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Pesquisadora maranhense recebe Prêmio Capes de tese em trabalho apoiado pela Fapema – MARANHÃO Hoje

Estudo destaca relação entre doenças bucais em adolescentes e problemas de saúde futuros 

Na mais recente edição do Prêmio Capes de Tese 2023, a professora e odontóloga Lorena Lúcia Costa Ladeira, conquistou o feito histórico ao ser a primeira maranhense a receber essa distinção. A premiação ocorreu em Brasília, na noite da última quinta-feira (14). 

A tese é fruto de estudo, que obteve apoio do Governo do Maranhão, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema). Seu estudo destaca a relação entre doenças bucais em adolescentes e problemas de saúde futuros. 

O Prêmio Capes de Teses, realizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC), é considerado o ‘óscar’ da ciência brasileira. Este ano, foram mais de 1,4 mil trabalhos inscritos – o maior número em 18 edições já realizadas. Na premiação são reconhecidos os melhores trabalhos de doutorado, defendidos em programas de pós-graduação brasileiros. Dentre os 49 premiados, três receberam o Grande Prêmio Capes de Tese, entre estes, a maranhense.

Lorena Ladeira foi premiada com a tese ‘Vulnerabilidade social, açúcar de adição e agrupamento de doenças não transmissíveis bucais e sistêmicas em adolescentes’, resultado da pesquisa ‘Determinantes ao longo do ciclo vital da obesidade, precursores de doenças crônicas, capital humano e saúde mental – Uma contribuição das coortes de nascimento de São Luís para o SUS’. O trabalho traz informações importantes sobre a influência dos hábitos alimentares, fatores socioeconômicos e condições de vida na prevalência deste grupo de doenças na população jovem.

Presidente da Fapema, Nordman Wall, ao lado da pesquisadora Lorena Ladeira e a orientadora, Cecilia Ribeiro (Foto: Divulgação).“Ainda demoro a acreditar, mas é extremamente gratificante ver todo nosso esforço de anos para gerar respostas à ciência e à sociedade, ser reconhecido em uma das maiores premiações da ciência brasileira. Neste processo, a Fapema contribuiu com o financiamento para a concretização do estudo e é maravilhoso contar o apoio da instituição para o desenvolvimento da pesquisa em nosso estado. Fico muito feliz por trazer esse reconhecimento para Ufma e para o Maranhão”, enfatizou a professora Lorena Ladeira.

Sobre o Estudo – Lorena Ladeira é doutora em Odontologia pela Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e cursa pós-doutorado, na área de Ciências da Saúde, com apoio de bolsa da Fapema. O estudo premiado tem apelo abrangente para a saúde bucal e geral, da população adolescente. A pesquisa teve como objetivo principal investigar a interação complexa entre doenças crônicas não transmissíveis, açúcares de adição e determinantes sociais, focalizando os adolescentes.

“A conquista da professora Lorena Ladeira celebra seu talento e coloca o Maranhão no mapa da pesquisa de ponta em odontologia, reforçando a importância do investimento em ciência e inovação. Sua contribuição, sem dúvida, servirá como inspiração para futuras gerações de pesquisadores e profissionais da saúde, no estado. Parabenizamos a professora e reiteramos o compromisso do Governo do Estado, em investir nas formações de alto nível”, pontuou o presidente da Fapema, Nordman Wall.

A pesquisa, que teve a orientação da professora doutora, Cecília Ribeiro, se pauta na sindemia, conceito chave que refere à interação sinérgica de múltiplas doenças em uma população, onde fatores sociais, econômicos e ambientais desempenham papel crucial. A abordagem da pesquisa destaca a importância de compreender não apenas as causas isoladas, mas também, as complexas interações entre diversos elementos que contribuem para o aumento das doenças crônicas não-transmissíveis em adolescentes.

Segundo o trabalho, marcadores da resistência à insulina têm uma associação com os sinais precoces de degradação da gengiva nos adolescentes. Isso sugere que a relação entre diabetes e periodontite começa bem mais cedo do que vinha sendo estudado na vida adulta. A pesquisa aponta que, o surgimento de cáries ou periodontite (inflamação grave da gengiva), em adolescentes, pode sinalizar o desenvolvimento futuro de obesidade, hipertensão ou diabetes.

Além dos resultados da pesquisa, a tese premiada fornece materiais educacionais para profissionais de saúde, que tratam da associação entre doenças. Os itens foram publicados em parceria com o Ministério da Saúde.

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