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Centenário da morte de Lenin: do importante legado ao ‘fantasma do comunismo’ no Brasil – MARANHÃO Hoje

“Enquanto houver desigualdade ou qualquer proposta de superação do capitalismo, o anticomunismo se fará presente”, destaca Luís Eduardo Mergulhão, doutor em história pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Apesar de denotar um contraponto, o anticomunismo — conforme avalia Jorge Chaloub, professor de ciência política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) — funciona como um bode expiatório e não trata de uma discordância analisada a partir da historiografia.

“Toda manhã me levanto e faço algo que me dá forças para vencer: rezo um Pai Nosso e peço a Deus que o nosso povo, vocês, brasileiros, não experimentem as dores do comunismo”, disse Jair Bolsonaro em 2022, quando as pesquisas apontavam que ele perderia as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva.

O afastamento da figura de Deus é apenas um dos aspectos que se convencionou atribuir ao comunismo ao longo dos anos. Conforme relembra Mergulhão, há premissas que dizem que o comunismo seria contra a religião, e que por isso deve ser abominado.

Iliescu, no entanto, reafirma que essa ordem não passa de um mito. “Na Constituição Federal, existe garantido o direito à liberdade religiosa através da emenda do deputado comunista baiano Jorge Amado, em 1946. Assim como em 1988, também pelo deputado comunista baiano Haroldo Lima, a questão da reafirmação do Estado laico e do direito ao culto no Brasil é reivindicada.”

Outro exemplo comum relacionado ao comunismo que se popularizou de forma errônea, segundo o dirigente do PCdoB, “é o mito de que os comunistas vão tirar você da sua casa”, quando, na verdade, “quem tira as pessoas das suas casas são os bancos, as concessionárias de rodovias, os grandes empreendimentos, a especulação imobiliária”, completa.

Além desses exemplos, Muniz relembra um viés militar que atribuiu aos comunistas a alcunha de inimigos da pátria, agentes do estrangeiro, subversivos e inimigos da ordem.

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